Os desafios das empresas na segurança dos dados pressionam a demanda por serviços e produtos de segurança cibernética e faz o segmento crescer significativamente no Brasil. O país tem o segundo maior número de ataques cibernéticos na América Latina, atrás apenas do México. De acordo com o Centro Brasileiro de Investigação, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança (CERT), os ataques cibernéticos atingiram o pico em 2020 e diminuíram no ano seguinte, apenas para aumentar novamente em 2022. 

No Brasil, o número de tentativas de ataques cibernéticos aumentou 21% em 2020. Mais de 481 mil foram realizados no país no segundo semestre de 2022 e no ano passado. A nova versão do estudo de segurança cibernética do ISG Provider Lens – Solutions and Services, produzido pela parceria TGT ISG, mostra que a segurança cibernética no Brasil evoluiu porque as empresas tiveram que adaptar sua abordagem de segurança da informação e arquitetura de soluções para melhor atender às crescentes necessidades dos clientes por segurança da informação de última geração. 

De acordo com o relatório TGT ISG, a tendência é para gerenciamento de identidade e acesso (IAM), detecção estendida e tecnologia de resposta (XDR), serviços técnicos e consultoria em segurança cibernética e serviços de gerenciamento de segurança (MSS). 

“Os desafios das empresas na segurança dos dados estão focados na segurança cibernética, incluindo ataques de ransomware, engenharia social e ameaças internas”, explica David Pereira de Paulo, respeitado analista e autor do TGT ISG. “Apenas atualizar seu antivírus não é mais suficiente para garantir a segurança dos dados. É necessária uma abordagem mais ampla e estratégica para enfrentar esses desafios”, ressalta. 

O especialista enfatiza que, para mitigar efetivamente os riscos de segurança cibernética, as organizações precisam estar a par das últimas tendências e tecnologias de MSS e investir nas soluções e conhecimentos necessários para proteger seus sistemas e dados. “A segurança cibernética é uma questão estratégica que garante a continuidade dos negócios e a confiança do cliente. É importante estar preparado para enfrentar as ameaças e minimizar os efeitos dos ataques”, afirma o autor. 

No Brasil, o relatório destaca o aumento de ataques baseados em dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e ataques contra a cadeia de suprimentos. Os dispositivos IoT podem ser vulneráveis e atraentes para os cibercriminosos e, para se protegerem, as empresas devem garantir que esses dispositivos sejam adequadamente protegidos. Os ataques à cadeia de suprimentos visam fornecedores terceirizados para obter acesso às redes de clientes, o que pode ser particularmente perigoso para organizações que dependem fortemente de parcerias externas. 

Além disso, o estudo mostra que, devido ao número crescente de ataques, as empresas enfrentam muitos obstáculos para se proteger contra tais ameaças. “O erro humano é um ponto crítico a ser resolvido”, adverte David. Os funcionários geralmente se tornam o elo fraco na proteção da segurança cibernética. “Clicar acidentalmente em e-mails, usar senhas fracas ou cair em golpes de manipulação são situações comuns que podem comprometer a segurança”, observa. Para combater esse risco, as empresas devem fornecer treinamento de conscientização de segurança para seus funcionários e implementar políticas e procedimentos rígidos. 

As restrições orçamentárias também são um desafio para muitas organizações. “As soluções de segurança cibernética podem ser caras e isso dificulta a alocação de recursos adequados”, diz David. Essa restrição financeira pode impedir o investimento em novas tecnologias e a contratação de profissionais especializados em segurança cibernética.

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